Entenda como surge a pronúncia característica das diferentes regiões do país!
Cariocas, paulistas, catarinenses, mineiros, baianos, paraibanos, gaúchos... Toda essa gente fala a mesma língua, mas cada qual do seu jeitinho. Um puxa mais o "s"; outro capricha no "r"; tem quem fale mais rápido; tem quem fale cantando... A razão de tantas diferenças é o sotaque.
O sotaque é a pronúncia característica de um país, de uma região ou mesmo de uma pessoa. Ele é identificado pela maneira de emitir o som das palavras, variando de um tom para outro. Aqui no Brasil, por exemplo, quase sempre é possível saber em que região as pessoas vivem ou onde viveram uma grande parte de sua vida apenas pela forma que elas falam.
Nosso país tem cinco regiões, mas há muito mais sotaques do que isso. Não se sabe nem exatamente quantos! O sotaque se caracteriza pela força ou intensidade, pelo ritmo e pela melodia de uma mesma língua falada de maneiras diferentes por diferentes comunidades. É curioso que, quando estamos em contato com pessoas da nossa comunidade, não notamos nosso próprio sotaque. Mas basta falarmos com pessoas de outra cidade ou outro estado diferente que percebemos logo a diferença.
Os sotaques são desenvolvidos pelas comunidades naturalmente, por imitação. Isso quer dizer que um vai adquirindo a maneira de falar do outro e, aos poucos, todos estão falando de forma muito parecida. Não importa, portanto, se você nasceu ou não naquele lugar. Por exemplo, se nos mudamos para outra região e lá morarmos por muito tempo, nossa tendência natural (não é sempre) é passar a falar da mesma forma que as pessoas daquele local.
Todos temos sotaque. Mesmo as pessoas que utilizam a língua padrão em sua forma mais vigiada possível têm o seu próprio jeito de falar. Até porque tendemos a achar que a maneira correta de falar é sempre a nossa. Assim, não há duas pessoas que se comuniquem exatamente do mesmo modo. Quer ver só? Tente ouvir sua própria voz numa gravação. Você vai perceber que sua fala é muito parecida com a de outras pessoas com as quais convive.
Apesar de pronunciada de maneiras diferentes por meio do sotaque, a língua é de todos. Assim, todos têm o direito de interferir nela, e interferem sempre: uns mais, outros menos!
Cathia Abreu/Ciência Hoje RJ
José Pereira da Silva
Círculo Fluminense de Estudos Filológicos
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Fonte: Revista Ciência das Crianças - Nº 147/Julho - Ano 2004
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