Certa vez uma caneta foi passear lá no sertão
E encontrou-se com a enxada fazendo uma plantação.
A enxada, muito humilde, foi-lhe fazer saudação
Mas a caneta, soberba, não quis pegar na sua mão.
E ainda, por desaforo, lhe passou uma repreensão.
Disse a caneta para a enxada: Não vem perto de mim não;
Você está suja de terra, de terra suja do chão.
Sabe com quem está falando? Veja a sua posição.
Eu venho da classe nobre, tenho tudo em minha mão.
Eu sou a caneta dourada que escreve no tabelião;
Eu escrevo pro governo a lei da constituição;
Escrevo em papel de linho pro ricaço e pro barão;
Só ando nas mãos dos mestres, dos homens de posição.
E a enxada respondeu: de fato eu vivo no chão
Pra poder dar o que comer e vestir o seu patrão.
Eu vim ao mundo primeiro, quase no tempo de Adão;
Se não fosse o meu sustento ninguém tinha instrução.
Vai-te, caneta orgulhosa, vergonha da geração,
Que a tua alta nobreza não passa de pretensão.
Você diz que escreve tudo; tem uma coisa que não.
É a palavra bonita que se chama Educação!
sábado, 2 de agosto de 2008
Para pensar - A enxada e a caneta!
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Um comentário:
Oi, interressante seu blog, também gosto de bichos, entre no meu blog: http://meumundomeublog.blogspot.com/ .
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