
Ontem, no dia nacional dos quadrinhos, as empresas comemoraram a sobrevivência de um filão que tenta resgatar seus momentos de glória e atrair novos leitores.
Quando a Marvel Comics decretou falência, em 1996, parecia que todos super-heróis teriam que pendurar suas capas. Em comparação com o ramo automobilístico, seria o mesmo que a GM ou Ford fechasse as portas.
A gigante das HQs recobrou-se, mas apenas graças aos sucesso dos filmes do Homem-Aranha e X-Men, não dos gibis. Hoje, no Dia Nacional dos Quadrinhos, é comemorada a sobrevivência de um filão que tenta resgatar seus dias de glória e que é sustentado há décadas basicamente pelos mesmos personagens.
Desde os anos 1970, o mercado nacional de quadrinhos é dominado por um triunvirato: heróis Marvel, heróis DC e Turma da Mônica. Todos esses títulos são publicado atualmente pela Panini. Marcelo Adriano da Silva, coordenador de marketing da editora, informa que os leitores continuam ávidos por super-heróis e os gibis de Maurício de Souza.
– Entre os grandes heróis do selo Marvel, os preferidos são Homem-Aranha, X-Men, Wolverine e Hulk. Do selo DC, sem dúvida, Batman e Superman. E a Turminha do Limoeiro, Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e Chico Bento também são campeões de venda – diz.


Os personagens já são populares há muito tempo, mas Leandro garante que os leitores estão se renovando.
– Os jovens são nossos maiores leitores, porém a turma de quarentões que cresceu lendo quadrinhos também encontra as histórias de seus heróis preferidos reunidos nos encadernados de luxo, que a Panini tem lançado periodicamente.
Leandro Luigi Del Manto, editor da Devir, tem uma visão diferente. Veterano no mercado dos gibis – comandava as revistas da Marvel e DC quando eram publicadas na Abril e na Globo – ele aponta que é o público mais velho que ainda dá emprego para os super-heróis.
– A molecada que comprava quadrinhos nos anos 1980 é quem sustenta o mercado. Há leitores jovens, mas o público adolescente migrou para os mangás – opina.

A gigante dos mangás no Brasil, a Conrad, teve um boom de vendas no começo da década, mas está reduzindo seus títulos.
– Acho difícil termos outra ‘febre’ como Dragon Ball e Os Cavaleiros do Zodíaco, com tiragens – e vendas – tão grandes – assinala Rogério de Campos, editor da Conrad.
Os quadrinhos não alcançam mais o volume de vendas dos anos 1980 e 1990, quando títulos como X-Men e Spiderman chegavam a comercializar mais de um milhão de exemplares, nos Estados Unidos. Os heróis podem não vender mais tantas revistas, mas conseguem vender milhões de ingressos de cinema. Batman – O Cavaleiro das Trevas foi a maior bilheteria de 2008 e Homem de Ferro a terceira.
Para Leandro Luigi Del Manto, a febre dos heróis no cinema não está trazendo novos leitores para as HQs.
– Quem assiste um filme dos X-Men e depois vai ler o gibi não entenderá nada. A cronologia é muito complexa – explica.
Bem diferente foi o caso de Sin City, publicado pela Devir. Depois que a obra de Frank Miller foi para os cinemas, os quadrinhos se tornaram um sucesso de vendas.
– Nesse caso, o filme é uma transposição perfeita das HQs. A pessoa pode ler qualquer história, mesmo fora de ordem, que vai entender.
Fonte & Fotos: Diário Catarinense 30/01/09 - Caderno Variedades.
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