sábado, 28 de novembro de 2009

Yas Marina: o GP de petróleo

O campeão Jenson Button pilota carro da Brawn GP em sessão de treinos livres na pista de Yas Marina, em Abu Dhabi.

Dia 1º de novembro, depois de 8 meses, acabou o Mundial de Fórmula 1, no harmonioso circuito de Yas Marina, nos Emirados Árabes. Assim, fiquei curiosa e andei pesquisando mais a fundo sobra esse grande empreendimento. Saber o que algo tão belo esconde por trás de uma bem feita pista de cimento.
Petróleo. Sim, Yas Marina só existe por causa do Petróleo. Assim como o dinheiro - e haja dinheiro - de todos aqueles sheiks.



Público local observa treinos para o GP dos Emirados Árabes, em Abu Dhabi, que encerrou a temporada da Fórmula 1 desse ano.


Os Emirados Árabes Unidos são uma federação de pequenos emirados, situada na Península Arábica. Faz fronteira com o Catar e o Golfo Pérsico (através do qual tem fronteira marítima com o Irã) a norte, com o território omanita da Península de Musandam, com o Golfo de Omã e com Omã propriamente dito a leste e com a Arábia Saudita a sul e a oeste. Sua capital é Abu Dhabi - onde se localiza o GP de Yas Marina.
O finlandês Kimi Raikkonen, da Ferrari, (à frente) e o japonês Kamui Kobayashi, da Toyota.

E essa localização estratégica do GP faz do país um ponto de trânsito vital para o petróleo bruto mundial. Considera-se que os Emirados Árabes Unidos são um dos quinze estados que constituem o chamado "berço da humanidade". Os Emirados Árabes Unidos têm uma economia aberta, com alta renda per capita e um elevado superávit comercial. Esforços bem sucedidos deixaram a economia menos dependente das exportações de petróleo e gás natural.

Desde que foram descobertas as primeiras jazidas de petróleo há mais de 30 anos, o país passou de uma região formada por pequenos principados pobres de uma região desértica para um estado moderno com alto padrão de vida. O governo faz investimentos para criar empregos e expandir a infra-estrutura visando aumentar a atuação do setor privado.


Contraste no Oriente Médio: mulheres todas cobertas com véu passam ao lado de garota usando shorts curtos.


Bebê senta no cockpit de Ferrari de balões em Abu Dhabi.
Assim chegamos no circuito, projetado por Hermann Tilke, com a intenção ser uma espécie de versão árabe do GP de Mônaco.

O investimento foi feito pelo sheik Mansour bin Zayed Al-Nahyan, que ficou famoso no Brasil por ter comprado o Manchester City, contratado Robinho e tentado tirar Kaká do Milan. Mas não é só de futebol que o árabe gosta.
Fã de Fórmula 1, o bilionário conseguiu levar para Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, a última etapa da temporada 2009. Para isso, como de costume, investiu pesado e usou uma estrutura parecida com a que comanda o clube inglês (Manchester City).



O alemão Sebastian Vettel.
Atualmente, o turismo também é uma atividade forte na região. A cada dia, os Emirados Árabes vêm construindo uma sociedade mais desenvolvida e moderna, por meio de investimentos oníricos (que quer dizer sonhos), como a construção de ilhas artificiais, e com o desenvolvimento de uma sociedade mais aberta à diversidade.



Hamilton guia sua McLaren em Abu Dhabi no entardecer: treino começou com sol e terminou com iluminação artificial.
As obras que começaram em fevereiro de 2007 ainda não estão totalmente acabadas. Abu Dhabi quer se tornar uma espécie de Orlando, cidade americana onde se encontra a Disney World, só que para os fãs de automobilismo. Além do novo circuito de Yas Marina, o primeiro parque temático da Ferrari está sendo construído ao lado da pista. Na opinião de Giancarlo Fisichella, que substitui o brasileiro Felipe Massa na escuderia, este fato fará com que o GP árabe passe a ser a segunda casa do time italiano.

Detalhe: reparem na foto abaixo o boné de Massa, que está escrito Mubadala Abu Dhabi.


Essa empresa comprou em 2005 5% da Ferrari. Uma parceria árabe. Segundo o site da empresa, a

"Mubadala está ajudando a moldar um futuro sustentável para Abu Dhabi, garantindo que é um lugar fantástico para se viver, trabalhar e visitar, proporcionando segurança financeira e melhorando a sua imagem em todo o mundo. Como parte de seu mandato para diversificar e transformar a economia de Abu Dhabi, Mubadala faz investimentos de capital intensivo que geram retornos estratégicos de longo prazo. Formar parcerias com empresas globais da classe do mundo abre as portas para ambos Mubadala e Abu Dhabi.
Em 2005 Mubadala comprou uma participação de 5% na Ferrari, marcou o início de uma parceria inédita entre duas organizações de classe mundial. O investimento na marca mais famosa do mundo automóvel demonstra o compromisso da Mubadala a parceria com organizações de classe mundial para desenvolver oportunidades globais e investir no futuro a longo prazo, de Abu Dhabi."

Mubadala é uma empresa estatal da investimentos.

O brasileiro Felipe Massa conversa com Michael Schumacher nos boxes durante os treinos livres no circuito de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. No boné do Massa, a marca MUBADALA ABU DHABI.




Equipe Ferrari posa para foto: a última de Räikkonen e Fisichella como titulares do time italiano.
O GP é apenas o início da ambição de Abu Dhabi em tornar-se referência em esportes pelo mundo. Além de assegurar a realização da corrida até 2016, a cidade também sediará a final do Mundial de Clubes da Fifa em dezembro de 2009 e 2010. O plano é ter, em breve, uma edição dos Jogos Olímpicos ou da Copa do Mundo nos Emirados Árabes.

- Abu Dhabi vai se transformar no futuro em um centro global de negócios, turismo, arte, cultura e esporte. No esporte, eu acho que o principal foco é o GP de Yas Island. Depois, acho que terão outros grandes eventos, porque estarão prontos e esse é um dos objetivos do governo – afirmou Philippe Gurdjian, diretor executivo da ADMM (Abu Dhabi Motorsports Management), que administra o evento.

Tudo vindo daquele petróleo das jazidas descobertas há mais de 30 anos. Ou seja, de matéria morta (petróleo é um composto de restos orgânicos de animais e vegetais depositados no fundo de lagos e mares sofrendo transformações químicas ao longo de milhares de anos).
Mas até quando o petróleo vai existir?
Quem viver, verá.


Vettel beija o troféu de vencedor após terminar na primeiro posição o GP dos Emirados Árabes, em Abu Dhabi.


Dados: Pesquisa Google. / Fotos: UOL Esporte.

Nenhum comentário: