terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Biblioteca da vida - continuação!


Vamos continuar nosso passeio via internet na Biblioteca da vida?

A Eugenia copacabanensis foi batizada em homenagem ao bairro de Copacabana, onde era abundante até o início do século 20. Imagine passear pela praia e encontrar um lindo jardim coberto de flores e com árvores plantadas na areia. Impossível? Pois esse jardim existe e fica em uma das praias mais conhecidas do Brasil: Copacabana, no Rio de Janeiro.
Formado por mais de 800 plantas, entre elas flores raras e até árvores ameaçadas de extinção, o jardim praiano apresenta sete espécies típicas de restinga, sendo a mais conhecida e importante a Eugenia copacabanensis, popularmente chamada de cambuí-amarelo-grande (restinga é um terreno formado por areia e sal, próprio do litoral: as plantas que vivem ali precisam se adaptar a vento e sol fortes, assim como ao terreno pobre em nutrientes).
A Eugenia copacabanensis era tão comum na região de Copacabana até as primeiras décadas do século 20 que foi batizada com o nome do bairro. Os anos se passaram e a cidade do Rio de Janeiro mudou muito. A construção de prédios e as reformas nas ruas de Copacabana, principalmente perto da praia, transformaram a paisagem e fizeram desaparecer de lá essa espécie. Mas agora a situação é diferente!

Lantana polhiana

A paisagista da Prefeitura do Rio de Janeiro responsável pelo jardim, Jeanne Trindade, plantou na areia três mudas do cambuí-amarelo-grande e escolheu plantas como a Lantana pohliana (que atinge até um metro e meio de altura e dá flores em tom azul-claro - foto) e a Neumarica northiana (conhecida como borboleta e que se abre em forma de leque e dá flores azul-arroxeadas) para envolverem a árvore “estrela” – Eugenia copacabanensis, atraindo os olhares dos visitantes para ela. Além disso, foram plantadas outras espécies como a Lipostoma capitatum (que é rasteira e se espalha pela areia), a Heteropterys sp. (que costuma ser usada como cerca viva), a Eugenia rotundifolia (também chamada aperta-goela) e a pintagueira.
O jardim também conta com espécies como a Lantana pohliana, que atinge até um metro e meio de altura e dá flores em tom azul-claro.“Com esse jardim pretendemos resgatar espécies de restinga pouco conhecidas e também mostrar como era a praia de Copacabana décadas atrás, antes da urbanização”, conta Jeanne Trindade. “Queremos chamar a atenção das pessoas que caminham pelo calçadão. Além de uma paisagem muito bonita, elas poderão conhecer e apreciar de perto plantas diferentes.”
Diferentes e difíceis de encontrar. Tanto é que, para fazer o jardim, foram utilizadas mudas produzidas pelo horto municipal, que é especializado na preservação e reprodução de espécies de restinga, pois normalmente, elas não são encontradas nos hortos comerciais.
No jardim de Copacabana, que se estende por 80 metros quadrados de areia, uma pessoa muito especial cuida de todo esse tesouro. Seu Antônio Manoel, um pescador aposentado, já tomava conta de um pequeno canteiro perto da colônia dos pescadores. Agora, foi escolhido para acompanhar o crescimento das mudas do jardim praiano, principalmente da árvore Eugenia copacabanensis, que hoje tem apenas um metro e meio de altura, mas na fase adulta pode alcançar até oito metros!

Mário Cesar Filho
Ciência Hoje das Crianças
23/08/05

Herbário? O que é isso?
Herbário é uma coleção de plantas ou partes de plantas que são prensadas e secas, depois, costuradas ou coladas em cartolina contendo etiquetas com seu nome científico e outras informações, como local e data de coleta e nome de quem coletou. Esse processo é chamado de herborização.
As primeiras coleções de plantas desidratadas pertenciam aos herbalistas, pessoas que as estudavam com fins medicinais. Essas amostras eram organizadas na forma de cadernos e receberam o mesmo nome dado aos livros que publicavam informações sobre plantas: herbário.
Mas logo se percebeu que o volume que elas ocupavam e principalmente, os cuidados especiais que precisavam (para evitar a destruição por insetos, por exemplo) requeriam um local especial para mantê-las. Assim surgiram os primeiros herbários, na Europa do secúlo 16.
O primeiro herbário brasileiro foi o do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, fundado no começo do século 19. De lá para cá, o conhecimento sobre as plantas brasileiras cresceu: hoje são quase seis milhões de amostras depositadas em cerca de 115 herbários, distribuídos por todos os estados brasileiros.

E hoje termina nossa viagem pelo herbário! Até a proxíma!

Fonte e imagem: Revista CHC.

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