segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Poodles sem popularidade!


Falta 1 mês para as eleições no EUA, mas os cachorros já tem candidato eleito. Quer dizer, acho que só nos EUA mesmo...

Escolhida como a raça ideal para o candidato democrata, Barack Obama, e sua família, o poodle já teve dias melhores por aqui

O eleito
Por Cíntia Marcucci

Na disputa pela Presidência dos EUA, está em jogo o futuro de um cachorro. Seguindo a tradição que vem desde Abraham Lincoln, de "primeiros-cachorros" habitarem a Casa Branca, o candidato do Partido Democrata, Barack Obama, se eleito, também levará a sua mascote para Washington. Ele prometeu um cachorrinho para as filhas após o pleito. Foi então que o American Kennel Club, o clube de cães do país, colocou uma enquete no site (www.presidentialpup.com) para saber qual deveria ser a raça da família Obama.

Não deu outra. O poodle, com 42 mil votos, foi eleito a raça ideal. As justificativas? "Por ser um animal sociável com as crianças e pessoas em geral" e "por suportar as muitas viagens que um presidente deve fazer" foram as principais apontadas.

Se essa eleição fosse feita no Brasil, o resultado provavelmente seria bem diferente, já que o poodle passa por uma espécie de crise de popularidade por aqui.

Segundo a CBKC (Confederação Brasileira de Cinofilia), a maior entidade de criação de cães de raça no país, o poodle ficou em 15º lugar no número de registros no ano passado, com 1.454 filhotes puros e com direito a pedigree.

Vale lembrar que a realidade é muito diferente do boom que se viu nos anos 90, quando poodles eram criados, vendidos e comprados a cada esquina da capital.

Em 1999, por exemplo, de acordo com o Kennel Clube de São Paulo, a raça ainda era a segunda mais registrada. O declínio, informa a entidade, vem sendo constante.

Fora do padrão "Por ter se tornado muito popular naquela época, a criação passou a ser mais indiscriminada, sem seguir os padrões oficiais da raça pura", explica o superintendente da CBKC, Carlos Manso. Hoje, a raça mais registrada é o yorkshire, com quase dez vezes mais filhotes do que os poodles. Carlos também aponta outro motivo para o declínio da raça entre os paulistanos: a separação por tamanhos na contabilidade do ranking.

Até 2004, os registros de poodle eram contabilizados como uma só raça. Agora, há a divisão entre as versões toy (a mais criada e que está em 15º lugar atualmente), anão ou miniatura, médio e gigante. Embora todos tenham as mesmas características (são inteligentes, apegados ao dono e bastante ativos), os gigantes são renegados por seu tamanho, comparável ao de um labrador.

Apenas 25 filhotes foram registrados no ano passado.

Ao considerar os poodles sem pedigree, porém, não é preciso fazer muitas contas para saber o quanto a raça ainda é querida pelos brasileiros. Recentemente, eles apareceram ao menos três vezes no noticiário.

Há cerca de um mês, uma mascote foi parar atrás das grades em Sinop, Mato Grosso, após sua dona ser detida com outras duas amigas por dirigir sem carteira. As outras ocorreram em junho. Foram atos heróicos em que animais da raça salvaram crianças de ataques de pit bulls. No caso ocorrido no Rio, o cão acabou morrendo. Mas, no de Campinas (SP), a história teve, ainda bem, um final feliz.

Aos amantes dos poodles, fica a dica de fazer campanha para que Obama, caso vença, escolha mesmo um cachorro da raça após as eleições de novembro.

Se o candidato conseguiu índices de popularidade impressionantes mundo afora, não será surpresa que, com um poodle a tiracolo, a raça volte à moda não só aqui como em todo o planeta. Com ou sem pedigree.

Fonte: UOL Bichos - Matéria da Revista da Folha/Jornal Folha de São Paulo.
Foto: Divulgação Google.

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