sábado, 30 de março de 2013

CANÇÕES DO EXÍLIO

Cálice: a ideia surgiu para Gilberto Gil - que havia combinado de sentar com Chico Buarque naquele final de semana para fazer uma música juntos - em uma sexta-feira da paixão. Reuniram-se na cobertura de Chico em um sábado de aleluia como hoje. Só que em plena ditadura militar.

Chico lembrou que existe o cálice e o cale-se. E da mistura com o monstro da lagoa (a cobertura ficava em frente à Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro) e da bebida amarga (Chico serviu para Gil o amaro Fernet - "Como beber dessa bebida amarga?"), nasceu uma das letras mais geniais da música brasileira.

Essa e outras histórias podem (e devem) ser conferidas no excelente "Canções do Exílio: A Labareda Que Lambeu Tudo", do grande jornalista Geneton Moraes Neto. Nele, além do próprio Gil, Caetano Veloso, Jorge Mautner e Jards Macalé falam sobre um período conturbado da vida brasileira: a onda de prisões que se seguiu à decretação do AI-5, em 1968. Presos em São Paulo e transferidos para o Rio, Caetano e Gil terminaram deixando o Brasil e seguindo para o exílio em Londres. Os depoimentos revelam episódios desconhecidos do público, como o show que Gilberto Gil, preso, fez para a tropa, no quartel. Caetano Veloso descreve, com detalhes, os diálogos que teve com o cineasta Glauber Rocha, no exílio, sobre o papel dos militares na vida política brasileira.







Algumas informações sobre o documentário foram retiradas do blog Linguagens.

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