sábado, 31 de janeiro de 2009
30/01 - Dia Nacional dos Quadrinhos
Ontem, no dia nacional dos quadrinhos, as empresas comemoraram a sobrevivência de um filão que tenta resgatar seus momentos de glória e atrair novos leitores.
Quando a Marvel Comics decretou falência, em 1996, parecia que todos super-heróis teriam que pendurar suas capas. Em comparação com o ramo automobilístico, seria o mesmo que a GM ou Ford fechasse as portas.
A gigante das HQs recobrou-se, mas apenas graças aos sucesso dos filmes do Homem-Aranha e X-Men, não dos gibis. Hoje, no Dia Nacional dos Quadrinhos, é comemorada a sobrevivência de um filão que tenta resgatar seus dias de glória e que é sustentado há décadas basicamente pelos mesmos personagens.
Desde os anos 1970, o mercado nacional de quadrinhos é dominado por um triunvirato: heróis Marvel, heróis DC e Turma da Mônica. Todos esses títulos são publicado atualmente pela Panini. Marcelo Adriano da Silva, coordenador de marketing da editora, informa que os leitores continuam ávidos por super-heróis e os gibis de Maurício de Souza.
– Entre os grandes heróis do selo Marvel, os preferidos são Homem-Aranha, X-Men, Wolverine e Hulk. Do selo DC, sem dúvida, Batman e Superman. E a Turminha do Limoeiro, Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e Chico Bento também são campeões de venda – diz.
Turma da Mônica, sucesso até hoje.
Personagens da DC Comics, que ainda fazem certo sucesso.
Os personagens já são populares há muito tempo, mas Leandro garante que os leitores estão se renovando.
– Os jovens são nossos maiores leitores, porém a turma de quarentões que cresceu lendo quadrinhos também encontra as histórias de seus heróis preferidos reunidos nos encadernados de luxo, que a Panini tem lançado periodicamente.
Leandro Luigi Del Manto, editor da Devir, tem uma visão diferente. Veterano no mercado dos gibis – comandava as revistas da Marvel e DC quando eram publicadas na Abril e na Globo – ele aponta que é o público mais velho que ainda dá emprego para os super-heróis.
– A molecada que comprava quadrinhos nos anos 1980 é quem sustenta o mercado. Há leitores jovens, mas o público adolescente migrou para os mangás – opina.
Turma da Mônica, agora com também formato jovem mangá, quer atrair novos admiradores.
A gigante dos mangás no Brasil, a Conrad, teve um boom de vendas no começo da década, mas está reduzindo seus títulos.
– Acho difícil termos outra ‘febre’ como Dragon Ball e Os Cavaleiros do Zodíaco, com tiragens – e vendas – tão grandes – assinala Rogério de Campos, editor da Conrad.
Os quadrinhos não alcançam mais o volume de vendas dos anos 1980 e 1990, quando títulos como X-Men e Spiderman chegavam a comercializar mais de um milhão de exemplares, nos Estados Unidos. Os heróis podem não vender mais tantas revistas, mas conseguem vender milhões de ingressos de cinema. Batman – O Cavaleiro das Trevas foi a maior bilheteria de 2008 e Homem de Ferro a terceira.
Para Leandro Luigi Del Manto, a febre dos heróis no cinema não está trazendo novos leitores para as HQs.
– Quem assiste um filme dos X-Men e depois vai ler o gibi não entenderá nada. A cronologia é muito complexa – explica.
Bem diferente foi o caso de Sin City, publicado pela Devir. Depois que a obra de Frank Miller foi para os cinemas, os quadrinhos se tornaram um sucesso de vendas.
– Nesse caso, o filme é uma transposição perfeita das HQs. A pessoa pode ler qualquer história, mesmo fora de ordem, que vai entender.
Fonte & Fotos: Diário Catarinense 30/01/09 - Caderno Variedades.
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